segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Abertos do Interior: Kurdana/Cotia chega à final inédita no futebol feminino

Grande e guerreira. Assim foi a equipe de futebol feminino da Kurdana, que teve garra, força e lutou até o fim para atingir uma final inédita. Nesta segunda-feira (14), disputando a semi dos Jogos Abertos do Interior (Segunda Divisão), o time de Cotia venceu Franca nos pênaltis por 5 a 4, após empate em 1 a 1. A competição está sendo realizada em Mogi das Cruzes.

O jogo ocorreu no CER do Socorro, que vem recebendo todas as partidas de Cotia. E o campo não ajudou muito, após a chuva que caía desde a madrugada passada. Além disso, Cotia estava desfalcada da capitã Wendy, suspensa com o segundo amarelo conta Taboão, e da atacante Mar Selly, que deixou mesma partida sentindo contusão.

Nada que impedisse a Kurdana de ir para cima de Franca, focada em vencer uma das semifinalistas do Paulistão de campo. Desde o apito inicial, Cotia mostrou disposição, não parando de correr um segundo que fosse.

Por volta dos 20 minutos da primeira etapa, Aline Lum recebeu bola de Susana pela esquerda, entrou na área e bateu entre duas marcadoras, buscando o ângulo oposto. Golaço da estrela maior de Cotia! Franca ainda tentou o empate pouco antes do descanso com cobranças de escanteio, mas não saiu do zero.

Na volta, a Kurdana viu a adversária buscar o gol insistentemente. O jeito foi manter-se firme na defesa, não dando oportunidades para as finalizações de Franca. Porém, como se não bastasse jogar contra um forte time, as cotianas jogaram contra a arbitragem - que prejudicava constantemente a equipe da Grande São Paulo.

Até que conseguiu, 'achando' um pênalti para Franca: Tati escorregou dentro da área, atrapalhou uma finalização e o lance foi interpretado como faltoso. A lateral recebeu amarelo. Mostrando sua excelente fase, Márcia saltou para a esquerda e defendeu. Na sequência, pegou o rebote e salvou o que seria tento de empate das interioranas.

O jogo ainda não tinha acabado. Longe disso. As francanas ainda buscavam a igualdade, apostando nas bolas altas em escanteios. Como resposta, a Kurdana saía nos contra-ataques, com Lum, Susana e a jovem Aninha. As investidas cotianas eram paradas de forma ríspida, mas nada de marcação de faltas ou cartões.

De tanto insistir, saiu o gol adversário. Aos 26, em cobrança de escanteio concluída com precisão na área. 1 a 1. Encerrava-se aí a invencibilidade de Márcia: somando os Regionais e os Abertos, a goleira estava há 476 minutos sem tomar gols. Vamos para a prorrogação.

No tempo extra, as duas equipes tentaram, na base dos 'chutões', provocar alguma falha nas respectivas zagas adversárias. Algo perfeitamente explicável: o campo não ajudava no toque de bola e as jogadoras já estavam cansadas - após uma exaustiva semana de partidas. Teimosas, quando tinham a bola, as atacantes de Franca arriscavam jogadas individuais, mas as zagueiras Fran e Arine iam bem nas divididas.

Nada de desempate. Vamos às penalidades máximas. Sem forças, mas motivadas, as atletas da Kurdana se uniram antes das cobranças, e fizeram a tradicional corrente no meio-campo.

A primeira cobrança foi de Franca - indo para fora. Lum foi na sequência, batendo no canto direito da goleira. Como diram os narradores, a arqueira nem saiu na foto.

Aí vieram gols dos dois lados, sem erros. Banana, Susana e Lorraine convertaram. Franca acertou sua última e ficou torcendo para um erro de Arine no chute final. Pois, predestinada como sempre, a zagueira cotiana confundiu a goleira, que nem saltou para a bola, vendo ela ir para o canto. Vitória por 5 a 4.

O grito saiu da garganta de cada uma das guerreiras de Cotia. Sim, elas estão na final! Comemoração como se fosse um título. Após duas vezes seguidas ficarem no 'quase' (2009 e 10), atingiram a primeira decisão dos Abertos.

Lembram uma frase tradicional dos mexicanos, "jogamos como nunca, perdemos como sempre", imortalizada na Copa de 1986? A técnica Andressa de Azevedo parafraseou ela para Cotia: "Lutadoras como nunca, guerreiras como sempre! Ninguém acreditava. Os adversários não nos levaram a sério, como se fôssemos uma equipe qualquer do interior - ainda mais por jogarmos futsal. Mas mostramos nossa força nesta competição. Estar na final nos dá confiança e mostra que temos equipe para jogar o Paulista de campo no ano que vem. Estamos no início de um projeto a longo prazo", concluiu a treinadora, fazendo uma importante revelação.

Agora, as cotianas esperam quem vencer entre São Manuel e Botucatu - equipe também do Paulista de campo, assim como Franca e Taboão da Serra. O jogo será no mesmo CER do Socorro, às 9:30 da terça-feira (15), feriado da Proclamação da República.

Vejam as fotos da partida:

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